7 Mitos sobre Alimentação

Numa altura em que a percentagem de pessoas com excesso de peso e obesidade tem vindo a aumentar exponencialmente em todo o mundo e os estilos de vida sedentários e stressantes têm contribuído para o aumento do aparecimento de vários tipos de doenças crónicas como a Diabetes mellitus tipo 2, a hipercolesterolemia entre outras, e onde a investigação científica encontra-se em constante evolução, torna-se necessário que a procura por informação alimentar seja feita de modo correto e que tenhamos em atenção que lá porque vimos na “net” não quer dizer que esteja 100 % correto. Seguem abaixo 7 mitos que, de acordo com o demonstrado cientificamente, estão errados.

Mito 1: Os ovos são maus para a saúde

Durante muitos anos, os especialistas em nutrição alertaram os consumidores para o facto dos ovos não serem saudáveis. Sendo apenas recomendando o consumo de ovos três vezes por semana devido ao seu malfadado conteúdo em colesterol.

O colesterol obstrói as artérias. Sendo assim o consumo de ovos, conhecidos pela sua riqueza em colesterol, deverá aumentar o risco de doenças cardiovasculares, certo?

Errado. Acontece que apenas 25 % do colesterol do sangue provém dos alimentos. Sendo os restantes 75 % fabricados pelo fígado, que produz colesterol quando consumimos alimentos ricos em gordura saturada (algo que os ovos possuem em pouca quantidade).

Além disso, os ovos possuem muitos nutrientes que contribuem para a redução do colesterol e dos seus danos no organismo, tais como gorduras insaturadas, ácido fólico, vitaminas B e minerais.

Mito 2: O café causa cancro

Ao longo do tempo o café foi associado ao desenvolvimento de cancro. No final dos anos 70, vários investigadores apontaram a cafeína como potenciadora do crescimento de quistos no tecido mamário. Levantando sérias preocupações, uma vez que, em geral, as mulheres que desenvolvem quistos têm maior probabilidade de vir a desenvolver cancro da mama.

Mais tarde, em 1981, um estudo da prestigiada Universidade de Harvard apontou um aumento da percentagem de cancro do pâncreas entre os consumidores de café.

Posteriormente, outros cientistas investigaram as ligações entre o café e estes tipos de cancro, usando métodos de pesquisa mais avançados e abrangendo grupos experimentais consideravelmente maiores, não conseguindo encontrar qualquer ligação entre cancro e café.

Para além disso, outros estudos não detetaram correlações entre o consumo de café e outros tipos de cancro. Pelo contrário, uma revisão de 17 estudos realizados entre 1990 e 2003 encontrou uma redução em 24 % do risco de cancro do cólon entre os consumidores regulares de café e chá.

Nos últimos anos, vários estudos têm vindo a demonstrar que o consumo de café pode oferecer proteção contra certas doenças, como a doença de Parkinson e a Diabetes tipo 2.

Mito 3: Apenas o vinho tinto protege o coração

Para alguns cientistas, o principal factor para que os franceses possuam uma saúde cardiovascular superior é o seu amor pelo vinho, especialmente, tinto.

O álcool, presente no vinho tinto, branco ou até na cerveja, aumenta o HDL ("bom colesterol") e parece reduzir a probabilidade de coagulação do sangue. A maioria das autoridades de saúde concordam que o consumo de um ou dois copos por dia de vinho pode oferecer alguns benefícios.

Mito 4: Os alimentos pobres em gordura são sempre mais saudáveis

No caso dos produtos lácteos e outros alimentos, tais como as carnes, podemos adotar uma regra simples: quanto menos gordura, melhor. Mas isso nem sempre está correto.

No caso da salada, caso esteja a tentar perder peso, a mudança de um tempero à base de óleo para um com baixo teor de gordura ou para um molho livre de gordura pode fazer sentido. Mas para poupar-mos à volta de 100 calorias ou menos (por 2 colheres de sopa) temos um custo. Para começar, os molhos para salada feitos com gorduras monoinsaturadas saudáveis, como azeite de azeitona ou óleo de canola, pode ajudar a prevenir doenças cardíacas e outras condições.

Além disso, um estudo recente mostra que podemos estar perdendo uma importante proteção contra doenças, consumindo apenas alimentos pobres em gorduras. Isto porque, sem um pouco de gordura na refeição, o seu aparelho digestivo não vai absorver muitos dos nutrientes presentes numa salada.

Mito 5: As frutas e vegetais são sempre mais saudáveis crus do que cozinhados

A teoria de que cozinhar os alimentos torna-os menos nutritivos não tem qualquer fundamento.

Os defensores do consumo de alimentos crus apontam que o calor destrói as enzimas responsáveis por tornar os alimentos mais facilmente digeríveis, tal pode ser verdade. Mas além disso, cozinhar decompõe as fibras, tornando mais fácil para o nosso organismo as transformar e absorver.

Investigadores alemães estudaram 201 homens e mulheres que adotaram dietas de comida crua e descobriram que os seus níveis de colesterol total e triglicéridos diminuiu. No entanto, a dieta de comida crua também reduziu os seus níveis de colesterol HDL e aumentou os seus níveis de homocisteína (um aminoácido ligado a ataques cardíacos e derrames).

Os cientistas descobriram nos últimos anos que cozinhar os alimentos aumenta os níveis de compostos importantes em algumas frutas e legumes. Por exemplo, o ketchup contém cinco a seis vezes mais do antioxidante licopeno que o tomate cru, tornando-o muito mais útil contra doenças como o cancro da próstata.

Mito 6: As frutas e vegetais congelados e enlatados são menos nutritivos

As frutas e os vegetais frescos são mais nutritivos do que os congelados e enlatados no instante em que são colhidos.

No entanto, os alimentos que encontra na seção dos produtos frescos passam, frequentemente, por uma longa viagem a partir do momento em que são acondicionados em caixas até chegarem ao seu destino final. Durante o seu transporte e armazenamento, as suas enzimas naturais são libertadas o que faz com que percam muitos nutrientes.

Por outro lado, os processadores de alimentos de congelamento rápido de produtos frescos, que preservam muito do seu conteúdo vitamínico e mineral. Um estudo da Universidade de Illinois descobriu, por exemplo, que o feijão congelado mantem duas vezes mais vitamina C, que o feijão fresco comprado no supermercado.

Contrariamente à crença comum, as conservas não retiram às frutas e legumes quantidades significativas de nutrientes. Enquanto que o processamento pelo calor pode reduzir os níveis de algumas vitaminas, certos alimentos enlatados, tais como espinafre e abóbora-na verdade, têm níveis mais elevados de vitamina A do que as suas versões frescas.

Mito 7: As nozes também engordam

As nozes contêm uma grande quantidade de gordura, mas esta é principalmente do tipo bom. O amendoim seco-torrado, por exemplo, tem três a quatro vezes mais gordura monoinsaturada saudável para o coração do que gordura saturada.

Pesquisas recentes sugerem que comer nozes como parte de uma dieta saudável pode até mesmo ajudá-lo a perder peso. Os investigadores acreditam que a gordura das nozes ajuda as pessoas a se sentirem mais saciadas.

Além disso, um estudo realizado por investigadores britânicos mostra que alimentos ricos em proteína ajudam a desencadear a libertação de uma hormona conhecida por reduzir a fome.

A alta concentração de gorduras saudáveis ​nas nozes faz com que seja possível satisfazer a fome sem aumentar os níveis de colesterol ou de outras gorduras no sangue.

Embora as nozes possuam um alto teor de gordura, a sua textura cremosa e crocante tem o potencial de reduzir o risco de doenças cardíacas. Elas contêm fibras, vitamina E, ácidos gordos ómega 3 e micronutrientes mais saudáveis.

No entanto, o consumo de nozes deve ser moderado, sendo apenas recomendado o consumo de uma quantidade de nozes equivalente a uma mão cheia por dia.

Fonte: Best Health Magazine Canada

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