Atualmente o café é a bebida psicoactiva mais ingerida à escala mundial e há muito que tem suscitado curiosidade quanto à sua eficácia na promoção da saúde e prevenção de doenças.
Nos últimos anos, tem-se vindo a assistir a uma crescente investigação sobre o tema, este artigo pretende falar acerca dos benefícios do café sobre vários aspetos da saúde humana, mas antes disso vou falar um pouco sobre o principal componente do café que é a cafeína.
Cafeína
A cafeína que é uma substância psicoactiva que pertencente ao grupo das metilxantinas. Com efeito estimulante a nível do sistema nervoso central, sendo capaz de inibir os recetores de adenosina, impossibilitando a sua ação tranquilizante no sistema nervoso central. É também responsável pela diminuição da sensação de fadiga e sonolência e pelo aumento da capacidade de alerta, o que afeta positivamente o rendimento físico e intelectual. É-lhe atribuída a capacidade de promover a irrigação coronária, exercer um efeito vasodilatador a nível vascular, estimular a secreção ácida do estômago e aumentar ligeiramente o peristaltismo gastrointestinal.
A capacidade de absorção de cafeína varia de indivíduo para indivíduo, sendo a média de tempo para a sua absorção de 3 horas. Por esta razão, os indivíduos suceptíveis às insónias, não devem ingerir alimentos com cafeína pelo menos três horas antes de deitar.
As principais fontes de cafeína na alimentação humana são o café e o chá. Considera-se a ingestão de 300 mg de cafeína por dia segura em adultos saudáveis.
1- Café e saúde neurológica
O impacto positivo do café no sistema nervoso central deve-se à atuação da cafeína sobre o córtex cerebral, atenuando a comunicação inibitória entre os neurónios, o que resulta num efeito de excitabilidade neuronal, favorecendo as faculdades intelectuais, como a atenção, concentração, estado de alerta e memória.
O consumo baixo e moderado de café (1 a 3 chávenas por dia) afeta positivamente a sensação de bem-estar generalizado, relaxamento, boa disposição, o que se deve provavelmente aos compostos quinídeos, que inibem a recaptação de adenosina, o que pode representar um auxílio na prevenção controle da depressão e suas consequências como o suicídio. Contudo, o consumo excessivo desta bebida (mais de 5 chávenas por dia) poderá suscitar comportamentos menos positivos, tais como nervosismo, ansiedade, agressividade, insónia, taquicardia e tremores.
Segundo os investigadores do Centro de Neurociências da Universidade de Coimbra, a cafeína revela efeitos positivos no abrandamento do declínio cognitivo associado ao envelhecimento, reduzindo mesmo a possibilidade de desenvolvimento de doença de Alzheimer e Parkinson.
2- Café e saúde cardiovascular
Um estudo publicado no American Journal of Clinical Nutrition indica que a ingestão de 1 a 3 chávenas de café por dia reduz em 24% o risco de doença cardiovascular, o que se deve provavelmente à ação antioxidante dos compostos quinídeos e ao aumento das lipoproteínas de alta densidade que exercem efeitos anti-aterogénicos.
Em relação à influência do café na hipertensão arterial, sabe-se que a ingestão de cafeína causa um aumento modesto na pressão arterial, mas até ao momento, não existe consenso sobre a relação direta entre a ingestão de café e a patologia.
3- Café e prevenção contra o cancro
Existem estudos que demonstram que o consumo moderado de café inibe a proliferação das células responsáveis pelo carcinoma hepatocelular, um dos tumores malignos mais frequentes mundialmente, outros apresentam o café como um fator altamente protetor contra o carcinoma gástrico e outros concluem que o consumo de café está inversamente relacionado com o risco de cancro da boca, faringe e esófago.
4- Café e saúde hepática
O fígado é um órgão importantíssimo que realiza centenas de funções vitais. Várias doenças comuns afetam principalmente o fígado, incluindo hepatite, doença hepática gordurosa e outros. Muitas dessas doenças podem levar a uma condição chamada cirrose, em que o fígado foi amplamente substituído por tecido cicatricial. Um estudo refere que o café pode reduzir o risco de evolução para cirrose hepática, em doentes hepáticos.
5- Café e prevenção da diabetes mellitus tipo 2
Está cientificamente provado que a ingestão de café reduz o risco de diabetes mellitus tipo 2, apresentando um efeito benéfico na glicemia e insulinémia em indivíduos com hiperglicemia intermédia ou com diabetes mellitus tipo 2. Esta ação benéfica deve-se a vários fenómenos, tais como o aumento da sensibilidade à insulina, a melhoria da função das células e a diminuição da absorção intestinal de glicose. Pensa-se que tais efeitos benéficos no metabolismo glicídico se devem aos componentes do café, nomeadamente ao ácido clorogénico, quinídeos e trigonelina.
6- Café e saúde renal
O consumo moderado de café pode influenciar positivamente o funcionamento dos rins, evitando o desenvolvimento de litíase biliar, porque favorece o funcionamento do aparelho urinário.
7- Café e exercício físico
Nos últimos anos a cafeína tem sido alvo de inúmeros estudos envolvendo práticas desportivas de resistência como o ciclismo, o atletismo e a natação.
No futebol considera-se que a cafeína aumenta o desempenho, melhora o tempo de reação, atenção mental e processamento visual, tendo sido-lhe atribuído o papel de substância ergogénica. O efeito da cafeína é tão mais eficaz quanto maior for a duração do exercício.
8- Café e peso
A cafeína é encontrada em quase todos os suplementos de queima de gordura. Sendo uma das poucas substâncias naturais que realmente foi comprovado ajudar a queimar gordura. Vários estudos mostram que a cafeína pode aumentar a taxa metabólica de 3-11%.
Outros estudos mostram que a cafeína pode aumentar especificamente a queima de gordura, até 10% em indivíduos obesos e 29% em pessoas magras.
9- Café e beleza
Não é de hoje que o poder rejuvenescedor do café é explorado principalmente pela indústria de cosméticos. O café começou a ser procurado como produto de beleza a partir do momento em que se descobriu que ajuda na batalha contra a celulite. Muitos dos cremes contêm cafeína para estimular a circulação e liberar a retenção de água armazenada. No entanto, o The American Journal of Clinical Nutrition tem realizado numerosos estudos sobre os efeitos do café e ainda está por determinar a eficácia a longo prazo do café neste tipo de problema.
Fonte: Revista Nesvida
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